Enquanto milhares de paulistanos enfrentam diariamente o trânsito caótico de São Paulo, alguns poucos privilegiados atravessam a cidade em minutos. Empresários, executivos e banqueiros desfrutam de uma das maiores frotas de helicópteros do mundo, com cerca de 500 aeronaves. O movimentado espaço aéreo da metrópole, segundo apenas à Nova York, já atraiu a atenção da imprensa internacional. Recentemente, o jornal britânico "The Guardian" fez uma comparação entre São Paulo e a cidade do desenho animado "Os Jetsons".
Mas como o sonho dos carros voadores não parece estar próximo da realidade, o helicóptero vem ganhando espaço, e um dos principais desafios é criar “vagas de estacionamento” para essas máquinas voadoras. Trabalho este que o tatuapeense Carlos Freire de Andrade Lopes conhece muito bem. Engenheiro especializado em estruturas metálicas, ele é responsável pelo projeto (e em grande parte pela construção) de mais de 100 dos 200 helipontos da cidade. “Hoje quase todos os novos edifícios empresariais de grande porte já preveem um heliponto em seu projeto. Eles já ganharam inclusive importância arquitetônica, complementando o conceito estético da obra como um todo”, diz Freire.
Uma de suas mais recentes realizações é o heliponto do Hospital São Luiz Anália Franco, na Rua Francisco Marengo. Fruto de um projeto ousado, a plataforma para pouso foi construída entre as duas torres e conta com elevador para transporte de pacientes além das rampas de acesso. “O maior desafio sempre é a segurança dos passageiros e da aeronave”, diz, Freire. Outro projeto do engenheiro na região é o heliponto do Hospital Amil, ainda em construção, próximo ao shopping Anália Franco.
Mas como o sonho dos carros voadores não parece estar próximo da realidade, o helicóptero vem ganhando espaço, e um dos principais desafios é criar “vagas de estacionamento” para estas máquinas voadoras. Trabalho este que o tatuapeense Carlos Freire de Andrade Lopes conhece muito bem. Engenheiro especializado em estruturas metálicas, ele é responsável pelo projeto (e em grande parte pela construção) de mais de 100 dos 200 helipontos da cidade. “Hoje quase todos os novos edifícios empresariais de grande porte já preveem um heliponto em seu projeto. Eles já ganharam inclusive importância arquitetônica, complementando o conceito estético da obra como um todo”, diz Freire.
Uma de suas mais recentes realizações é o heliponto do Hospital São Luiz Anália Franco, na Rua Francisco Marengo. Fruto de um projeto ousado, a plataforma para pouso foi construída entre as duas torres e conta com elevador para transporte de pacientes além das rampas de acesso. “O maior desafio sempre é a segurança dos passageiros e da aeronave”, diz, Freire. Outro projeto do engenheiro na região é o heliponto do Hospital Amil, ainda em construção, próximo ao shopping Anália Franco.
O heliponto do Hospital Luiz Anália Franco, na Rua Francisco Marengo, é uma de suas mais recentes realizações
O início
Não é exagero dizer que, quando Freire projeta um heliponto, sabe exatamente do que um piloto precisa na hora de decolar ou pousar. Isso porque o engenheiro também dirige aeronaves nas horas vagas. “Não estou nesta área por acaso. Tirei o meu brevê aos 16 anos, na Escola Superior de Aviação, mas preferi seguir carreira na engenharia”, revela Freire, acrescentando que teve o primeiro contato com a construção de um heliponto em 1990, nos Estados Unidos.
“Em uma viagem a Los Angeles, acompanhei de perto a construção de um heliponto, o que me deixou bastante interessado. Já de volta ao Brasil, acabei desenvolvendo e construindo a plataforma de pouso para os helicópteros de resgate da Amil, em Alphaville, em 1992”, conta Freire. Em seguida, o engenheiro projetou os helipontos dos hospitais Sírio-Libanês e Beneficência Portuguesa, em São Paulo, e do Hospital das Clínicas de Niterói. Daí em diante, ele trilhou um caminho de sucesso e, 16 anos depois, sua empresa é líder do mercado no País.
No entanto, ao contrário do que possa parecer, segundo Freire o mercado de helipontos tende a diminuir cada vez mais. Ele afirma que praticamente não há mais onde se construir plataformas na cidade, devido à legislação paulistana. “Antes de se construir é preciso apresentar um estudo de impacto sobre a vizinhança e sempre esbarramos no quesito que trata do ruído emitido durante o pouso e decolagem”, explica.
Como alternativa para ampliar as opções para quem faz uso de helicópteros na cidade de São Paulo, o engenheiro propõe a criação de uma rede de helipontos nos shoppings centers. “Eles estão em locais estratégicos da cidade e contam com toda a infraestrutura necessária: segurança, estacionamento, facilidade de acesso e serviços de táxi”, observa. Outra ideia é a construção de áreas de pouso nas alças das Marginais Tietê e Pinheiros. “Também são ótimos locais para helipontos, mas, devido ao alto investimento necessário, as autoridades públicas ainda não demonstraram interesse”, afirma.
Estrutura
Basicamente, um heliponto é formado por duas partes distintas. O quadrado interno, onde o helicóptero toca a plataforma, é chamado de área de toque. Já o quadrado externo é chamado de área de pouso e decolagem, cujo tamanho é determinado pela dimensão da maior aeronave que o heliponto pode receber. A sinalização é outro ponto importante. Em todo heliponto existe um triângulo que sempre aponta para o norte. Dentro dele, uma letra indica se é particular (P), militar (M) ou público (H). Se houver uma cruz com a letra H, trata-se de um heliponto hospitalar. Já o número ao lado do triângulo indica quantas toneladas a plataforma suporta.
O heliponto pode ser construído em diversos materiais. O mais utilizado é o aço, por seu baixo preço e facilidade de manuseio. Também é o ideal em casos de edifícios já construídos sem o heliponto, onde é necessária uma adaptação. Quando o projeto original já contempla a construção da área de pouso, o concreto é uma boa opção, principalmente pelo baixo custo. Já as estruturas de alumínio são as de melhor desempenho, pois resistem à corrosão atmosférica e são fáceis de montar e desmontar. “É a solução mais utilizada em países do Primeiro Mundo, porém são muito mais caras”, conclui Freire.
Matéria publicada na revista do Tatuapé em 02/08/2008.